Colaboração humano-robô é uma realidade e tendência mundial

Para engenheiro, especialista em robótica, um dos grandes benefícios da inserção de robôs e garras colaborativas, é o auxílio que o funcionário receberá na hora de manipular equipamentos pesados, prevenindo doenças como a LER e a DORT

Já é um fato que equipamentos para automação da indústria ganham cada dia mais espaço. Assim como é uma realidade toda a discussão sobre a Indústria 4.0, ou Manufatura Avançada, assim como é chamada no Brasil.

É bem verdade que estamos distantes, na prática, de atingir de maneira efetiva e total a tão falada indústria do futuro, com máquinas que operam 24 horas por dia, mesmo sem ninguém por perto. No entanto, já é possível vislumbrarmos o futuro da indústria com equipamentos criados para a automação das empresas.

Neste cenário, podemos citar as mais recentes inovações como os robôs e as garras colaborativas, que oferecem um trabalho conjunto com o homem, sem riscos de acidentes ou com o desenvolvimento de doenças ocupacionais.

Garras colaborativas são garras de manipulação de produtos, que utilizam os robôs colaborativos e foram desenvolvidas para executar tarefas em colaboração, sem qualquer barreira, entre o homem e a máquina.

“A garra colaborativa é totalmente segura para o operador e não necessita de nenhum obstáculo para a sua aplicação.”, diz Julio Del Valle, engenheiro especialista em robótica e coordenador técnico da SCHUNK Intec-BR., subsidiária brasileira da empresa familiar alemã SCHUNK GmbH & Co. KG, líder competente em sistemas de garras e tecnologia de fixação.

A SCHUNK, é um importante player mundial, que conta com 11.000 componentes padronizados oferecendo a maior variedade no mundo em sistemas de garras e tecnologias de fixação.  E dentro destes equipamentos, a empresa trouxe para o Brasil, de forma pioneira, a primeira linha de garras colaborativas do mundo para operações seguras. “Em nossa linha de produtos, esta garra recebe o nome de SCHUNK Co-act. Podemos afirmar que somos a empresa pioneira neste tipo de aplicação e com dezenas de projetos realizados com sucesso.”, afirma Julio.


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Com know how e conhecimento específico há mais de 70 anos, ­­ a empresa vem trabalhando exaustivamente na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos para as mais diversas áreas e utilizações. As garras colaborativas SCHUNK Co-act seguem os padrões mundiais de segurança, além da qualidade dos produtos SCHUNK.

A principal função de uma garra é transportar produtos do ponto X para o ponto Y.  Neste caso, as garras colaborativas garantem total segurança para o operador, mas o engenheiro técnico da SCHUNK faz uma ressalva importante. “ Vale lembrar que o uso de garras colaborativas só é permitido para aplicações onde se utilizam robôs colaborativos, mediante um estudo da aplicação. Não basta ter apenas o robô colaborativo e a aplicação pois, mesmo assim, ainda dependeríamos do enclausuramento da garra uma vez que, sem isso, não haveria nenhuma segurança ao operador e a operação. Portanto será preciso ter a garra colaborativa, que irá fazer a manipulação com segurança; e ter todo o monitoramento da operação. Desta forma pode-se trabalhar livremente em conjunto com o operário, sem nenhum risco de acidente.”, alerta o especialista.

Contudo, a busca e aquisição de equipamentos que auxiliam na produtividade são cada vez maiores e, de fato, com sessões de trabalho corretamente montadas, os colaboradores, e a própria empresa, ganham muitos benefícios. “Podemos citar, como exemplo, para mostrar claramente um destes benefícios, o auxílio de robôs na montagem de rodas de carros. Neste processo, o robô é encarregado de pegar todo o conjunto (roda e pneu) que são extremamente pesados e, o funcionário, apenas será encarregado de parafusar e checar a montagem, prevenindo, assim, doenças do tipo LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho).”, esclarece Julio.

“Além do mais, a aplicação colaborativa é uma forma de se introduzir a tecnologia da robótica a favor do homem, ou seja, tirar o operador da zona de risco e deixar que o robô assuma esta função. E o mais importante, ambos trabalhando em colaboração, com maior produtividade e conforto de trabalho, sem nenhuma barreira ou interface. Sendo o robô sensitivo, não haverá nenhum risco de acidente.”, pontua.

Para se ter ideia, o mercado brasileiro, atualmente, é composto por 80% de garras convencionais pneumáticas, que não têm capacidade de realizar o monitoramento de força, ou seja, não podem monitorar o que estão manipulando ou encostando. Já as garras colaborativas seguem padrões mundiais de segurança e, a SCHUNK segue as principais normas de segurança em seus equipamentos. “Temos um processo de aplicação das garras colaborativas SCHUNK, com dezenas de modelos, cada um deles destinados para uma exigência específica que conseguem fazer o monitoramento em tempo real de qualquer anomalia na aplicação. Diante disso, disponibilizamos todo nosso time de engenharia de aplicação, bem como vendedores técnicos, para uma correta especificação, verificação da real necessidade e modelo ideal de garra.”, conta.

E quando questionado sobre a possibilidade das pessoas perderem seus empregos, Julio Del Valle, é categórico, e ainda cita outro especialista no assunto. “Não há esta possibilidade. Deste o início dos tempos passamos por transformações importantes na sociedade. A chegada da Indústria 4.0 é só mais uma destes avanços tecnológicos. Em todos eles houve temor pela perda de empregos mas, na realidade, tivemos abertura de novos postos de trabalho, profissionais mais qualificados e com mais conhecimentos, que fizeram seus setores serem impulsionados economicamente. Se o profissional tiver a mentalidade de aproveitar a inserção de um equipamento de automação para se aprimorar e se desenvolver, ele jamais ficará desempregado.”, afirma.

E o engenheiro SCHUNK, ainda cita, “recentemente li o artigo do professor universitário e colunista, Benito Pepe, que trata justamente sobre esta mesma questão, na qual ele pergunta se a máquina poderá substituir o homem. E segue dizendo que isso não é verdade. Ele relembrou pequenos fatos na sociedade para esclarecer esta afirmação, como a escrita que não existia na antiguidade, mas tinham contadores das histórias, que contavam seus casos de memória. E quando surgiu a escrita, aqueles que aprenderam a ler e a escrever seguiram empregado. E Benito ainda disse mais, que durante alguns séculos depois, esses homens e seus descendentes continuaram a sobreviver como escribas, e após o surgimento da gráfica eles não ficaram desempregados, pois aprenderem a trabalhar com a gráfica, mantiverem seus empregos e, mais do que isso, novos cargos de trabalho surgiram. E concordo plenamente com uma feliz colocação do autor que diz, “quando surge uma nova máquina, surge também uma infinidade de novas funções para os homens.”, finaliza Julio Del Valle.


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