Fundo estuda fazer carro elétrico no Brasil

Operação começa com importação de modelos Tesla já à venda em São Paulo.

A exposição pela primeira vez ao público no Brasil de um modelo elétrico da Tesla, o cupê esportivo Model S 70D exibido ao lado de outras supermáquinas no Espaço dos Sonhos desta edição do Salão do Automóvel de São Paulo (10 a 20 de novembro no SP Expo), representa o início de um projeto para se fabricar carros elétricos no País. “São três passos. O primeiro é começar a vender os Tesla no Brasil, com a inauguração há uma semana de nossa primeira loja na Avenida Europa, em São Paulo. O segundo são investimentos de grande porte para a implantação de tecnologias alternativas de geração e distribuição de energia. A terceira etapa seria a produção aqui de veículos elétricos em momento adequado”, informa Luciano Di Claro, CEO da Elektra Motors, que já começou a importar e vender automóveis Tesla no mercado brasileiro. 

“Acho que será possível iniciar a fabricação de carros elétricos no País em mais dois ou três anos, não quero esperar mais do que isso”, afirma Di Claro, que também é presidente do Prudent Group, um fundo de investimento internacional domiciliado em Luxemburgo e com foco em financiar negócios inovadores no Brasil. “Nossa estratégia é levantar recursos para investir em boas oportunidades no mercado brasileiro. Em mais alguns anos os veículos elétricos têm bom potencial aqui, principalmente se forem produzidos modelos mais acessíveis”, justifica. 

O executivo lembra que já existe uma empresa que vai criar uma rede de 20 pontos de recarga rápida de baterias em postos de combustíveis no País. “Quando essa infraestrutura estiver pronta vai facilitar a expansão do segmento de elétricos”, diz. 

Tesla no Brasil

Di Claro afirma que a Elektra Motors pretende vender a linha completa de modelos elétricos da Tesla no Brasil. Por enquanto, já estão no País três cupês Model S 70D: um está na primeira e recém-inaugurada loja brasileira da marca na requintada Av. Europa, em São Paulo, e doutros dois estão no Salão do Automóvel – um deles exibido no Espaço dos Sonhos do SP Expo, bem ao lado de uma Ferrari California, e outro do lado de fora do pavilhão, onde será demonstrado o piloto automático do carro, que conduz o veículo no estacionamento sem motorista. 


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“Já temos três outros carros embarcados, estão no mar a caminho do Brasil, e encomendamos 15 na fábrica da Tesla”, informa o executivo. O Model S 70 será vendido no mercado brasileiro por preços entre R$ 700 mil e R$ 785 mil, dependendo da configuração. O carro tem tração integral e desempenho esportivo. Com potência equivalente a 329 cv, acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e chega à máxima de 240 km/h. A autonomia das baterias é de 400 km e a recarga completa dura cerca de 7 horas em uma tomada doméstica de 220 V. 

“Todos os Tesla têm sistema inteligente de recarregamento das baterias, que monitora o consumo de energia na residência e reduz automaticamente a intensidade da recarga quando o uso no resto da casa está mais alto, para evitar sobrecarga e apagões”, explica Di Claro. O modelo também se conecta automaticamente a internet para fazer atualizações de seus sistemas. 

Para 2017 a intenção é começar a vender outros modelos ainda mais caros da Tesla no Brasil, incluindo o SUV Model X, que deverá custar acima dos R$ 800 mil, assim como o superesportivo Model S P100, versão que tem a aceleração mais rápida do mundo, de 0 a 100 km/h em apenas 2,5 segundos. 

Também está nos planos trazer no ano que vem ao mercado brasileiro o mais barato dos Tesla, o hatch Model 3, que por aqui, segundo estima Di Claro, deverá custar cerca de R$ 200 mil.