Indústria de máquinas faturou 29% a menos no primeiro semestre

O faturamento da indústria de máquinas no Brasil somou R$ 33,06 bilhões no primeiro semestre do ano, um recuo de 29,3% na comparação com igual período de 2015. Já o consumo aparente — que considera produção e importações e exclui exportações — totalizou R$ 53,613 bilhões, queda de 25,4%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq). A entidade espera um novo ano de queda no faturamento, o que seria o quarto consecutivo.

Ao considerar os dados apenas de junho, as receitas somaram R$ 5,867 bilhões, uma queda de 23,7%. No entanto, o consumo aparente chegou a R$ 12,543 bilhões, alta de 9%. Apesar dessa melhora, a Abimaq avalia que as altas taxas de ociosidade indicam que é incerta essa retomada.

O presidente da Abimaq, José Velloso Dias Cardoso, afirmou ainda que a indústria não ganhou competitividade com a alta do dólar nos últimos anos, porque outras moedas também se valorizaram em relação ao dólar.
"Nós competimos com indústrias da China, Europa. Também houve valorização dessas moedas frente ao dólar", disse.

No semestre, as exportações somaram US$ 3,991 bilhões, estável na comparação com o período de janeiro a junho de 2015. No mês, as vendas ao exterior somaram R$ 695,62 milhões, leve alta de 1,1%.

Para a Abimaq, o câmbio na casa dos R$ 3,40 não garante a manutenção de uma tendência de melhora nas vendas ao exterior. Equipamentos para transporte e óleo e gás foram os mais vendidos para outros países.
Velloso disse ainda que o cenário de queda de faturamento por quatro anos se reflete nas condições de deterioramento da capacidade de pagamento das empresas. Segundo ele, desde 2013, o faturamento caiu 40% , chegando a 56% no caso das empresas exportadoras.

"Você consegue pagar suas contas se o salário cair pela metade? É isso que está acontecendo com as empresas. Temos inadimplência e todos os outros problemas decorrentes disso", afirmou.