Juros sobem em janeiro pelo 16º mês e atingem o maior nível em 11 anos

Taxa do cartão de crédito foi a 14,56% ao mês ou 410,97% ao ano, o maior patamar desde outubro de 1995.

As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram em janeiro pelo 16º mês consecutivo e atingiram o maior nível desde fevereiro de 2005, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

No caso das pessoas físicas, mais uma vez houve aumento nos juros em todas as seis linhas pesquisadas (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras). O juro médio subiu 0,11 ponto porcentual (pp) em janeiro ante dezembro, para 7,67% ao mês (142,74% ao ano), igualmente o nível mais alto em 11 anos.

No rotativo do cartão de crédito, a taxa subiu 0,21 pp, para 14,56% ao mês (410,97% ao ano) em janeiro, permanecendo no maior nível desde outubro de 1995. Em relação aos juros do comércio (crediário), houve alta em todos os 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,10 pp, para 5,60% ao mês (92,29% ao ano). A taxa mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,71% ao mês (94,71% ao ano). Nos financiamentos de veículos, o prazo médio se manteve em 36 meses.

Já o cheque especial, a segunda linha de crédito mais cara para as pessoas físicas, teve elevação de 0,20 pp ante dezembro e alcançou 10,96% ao mês (248,34% ao ano) - o maior patamar desde 1999. 

Entre as pessoas jurídicas, também houve alta em todas as três linhas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida). O juro médio avançou 0,06 pp no mês passado ante o anterior, para 4,33% ao mês (66,31% ao ano), o maior nível desde fevereiro de 2009.

No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,10 pp, para 7,40% ao mês (135,53% ao ano), a taxa mais alta desde setembro de 1999.

Segundo a Anefac, as altas podem ser atribuídas a alguns fatores, como o cenário macroeconômico que aumenta o risco de elevação da inadimplência e o avanço das taxas de juros futuros por conta das turbulências política e econômica. "A tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses", diz a entidade.


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A Anefac lembra que, considerando todas as elevações da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve aumento de 7 pontos porcentuais (ou alta de 96,55%) na taxa básica de juros, para o nível atual de 14,25% - veja gráfico acima. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 54,77 pp (+62,26%). Já na pessoa jurídica houve alta de 22,73 pp (+52,16%).


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