Dólar sobe a R$3,76 após prisões da Lava Jato reacenderem preocupações políticas

O dólar avançava mais de 1 por cento e era negociado a 3,76 reais nesta quarta-feira (25), após a prisão do líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e do presidente do BTG Pactual, André Esteves, reacende preocupações com a capacidade do governo de aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso.

Às 10:13, o dólar avançava 1,57 por cento, a 3,7622 reais na venda, após subir mais de 2 por cento e atingir 3,7850 reais na máxima da sessão.

O avanço interrompia algumas semanas de tranquilidade no mercado de câmbio, quando o dólar chegou a cair abaixo de 3,70 reais embalado por aparente trégua no cenário político, que permitiu a aprovação de medidas importantes para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras.

"Dentro de uma calmaria que aconteceu em um pequeno espaço de tempo, apareceu uma incógnita... Temos que ver como isso vai se desenrolar em termos de travar a agenda legislativa, porque é o cenário político que motiva o prêmio de risco no Brasil", disse o sócio-gestor da Absolute Investimentos Roberto Campos.

A prisão de Amaral e Esteves acontece no âmbito da operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção na Petrobras e em outras estatais. O senador foi citado por delatores da Lava Jato como acusado de participar do esquema de desvio de dinheiro envolvendo a petroleira, de acordo com reportagens.

Operadores temem que a prisão de Amaral sirva de novo impulso para travar votações no Congresso Nacional e dificulte ainda mais o avanço do ajuste fiscal. "O episódio pode inclusive atrapalhar a votação conjunta marcada para hoje da nova meta fiscal de 2015", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

A sessão marcada para às 11h30 desta quarta-feira está mantida, segundo a secretaria-geral da mesa do Senado, e vai apreciar importantes pautas para o governo, como a mudança da meta fiscal de 2015 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016.


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O Banco Central dará continuidade, pela manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro, com oferta de até 12.120 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.


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