AES Tietê avalia entrada em leilões e aquisições em solar, térmica e eólica

Um dos desejos da companhia é participar, em São Paulo, de geração distribuída, como a implantação painéis solares.

A holding do setor elétrico AES Brasil avalia tanto a participação em leilões quanto aquisições de usinas de geração solar, térmica e eólica no país, em um esforço para ganhar espaço em segmentos de rápido crescimento, disse o presidente-executivo Britaldo Soares nesta sexta-feira.

A AES Brasil também avalia crescimento em geração solar por meio de novos projetos, uma vez que o setor oferece retorno mais elevado que o de hidrelétricas, afirmou Soares em entrevista à Reuters.

Quaisquer potenciais investimentos ou aquisições seriam feitos por meio da unidade de geração AES Tietê - que recentemente anunciou uma reestruturação para dar à holding AES maior autonomia e agilidade de investimentos. Os negócios seriam realizados caso os preços estejam "atrativos", acrescentou o executivo.

No segmento solar, a empresa tem inscrito no próximo leilão, que será realizado em agosto, um projeto de 30 megawatts na área ocupada pela hidrelétrica Água Vermelha, no interior de São Paulo.

Já em termelétricas, a aposta da empresa é de que o governo deverá ser obrigado a realizar em breve um novo certame emergencial voltado somente à contratação de térmicas, além do já agendado para julho; nesse caso, a AES Tietê estaria apta a participar com um empreendimento a gás natural.

O movimento destaca os esforços de expansão da AES Brasil para crescer em segmentos de alto retorno como a geração, depois que os ativos de distribuição tiveram performance ruim nos últimos anos.

"A AES Tietê sempre foi uma empresa desalavancada, temos espaço para alavancar a companhia e nos financiar", apontou Soares.

No balanço do primeiro trimestre de 2015, a empresa acusou uma elevação de 0,5 para 1,9 vez na relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, atribuída pelo executivo aos efeitos da menor geração hidrelétrica causada pela seca.


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Uma recente decisão do governo de elevar os preços da energia elétrica está ajudando a indústria a recompor o caixa e reduzir algumas dívidas e problemas de rentabilidade. Ao mesmo tempo, o movimento tem aumentado o interesse dos investidores em leilões e aquisições no setor. A AES Brasil é uma unidade da AES Corp.

Em uma teleconferência com investidores também na manhã desta sexta, Soares disse que a AES Brasil pode participar na possível venda de termelétricas pela Petrobras.

"Nós temos bastante interesse no portfólio de usinas térmicas da Petrobras, caso elas sejam incluídas no plano de desinvestimentos" da estatal, que pretende arrecadar 13,7 bilhões de dólares com vendas de ativos até 2016.

Distribuição

No segmento de distribuição de energia elétrica, Soares disse que o foco da AES é "recuperar o valor dos ativos depois dos impactos negativos dos últimos três anos".

A empresa também buscará expansão por meio de novos negócios - como a participação, em parceria com a Philips, da concorrência que a prefeitura de São Paulo promoverá para uma Parceria Público Privada (PPP) em iluminação pública.

A companhia também quer participar em São Paulo de geração distribuída, como a implantação painéis solares. O campo é visto como promissor devido às características da área de concessão da AES Eletropaulo, que tem clientes de alta renda e indústrias, em um total de 8 milhões de unidades consumidoras. (Com reportagem adicional Guillermo Parra-Bernal)