Anfavea negocia acordo comercial para exportar caminhões ao México

As montadoras brasileiras começaram a negociar um acordo comercial com o México na área de caminhões, estendendo para a indústria de veículos pesados as vantagens do comércio livre de impostos que já beneficiam o setor de automóveis.

Uma primeira reunião para debater o assunto foi realizada na semana passada, durante a viagem que representantes da Anfavea, a entidade da indústria brasileira de veículos, fizeram ao México.

A ideia, segundo antecipou nesta segunda-feira (17) o presidente da Anfavea, Luiz Moan, é costurar com a indústria mexicana de veículos comerciais — representada pela Anpact — uma proposta de acordo comercial a ser apresentada até o fim do ano que vem aos governos dos dois países. Uma nova reunião entre as entidades dos dois países deve ser realizada em maio.

Antes disso, a Anfavea voltará a discutir com as montadoras mexicanas, em nova reunião prevista para janeiro, os novos termos do acordo comercial envolvendo os automóveis produzidos nos dois países. O regime de livre comércio regulado por cotas termina em março e os governos do Brasil e do México terão que discutir agora as novas condições desse acordo.

Na semana passada, o assunto foi discutido numa reunião da Anfavea com sua correlata no México, a Amia. Moan, da Anfavea, disse nesta segunda-feira (17) que o interesse das duas partes é pelo fim das cotas. Porém, essa limitação nas transações comerciais livres de impostos, em vigor há quase três anos, foi uma exigência colocada pelo próprio governo brasileiro diante do déficit comercial nas transações com os mexicanos no setor automotivo.

Após participar de seminário organizado pela revista “Quatro Rodas” na capital paulista, nesta segunda, Moan afirmou também que voltará a discutir com o setor privado da Colômbia sobre avanços no acordo comercial entre os dois países, que estacionou no corte pela metade da alíquota de importação de 35%. A terceira reunião entre as partes deve acontecer nas próximas semanas. Mas, dessa vez, Moan espera que seus interlocutores colombianos venham ao Brasil.


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Já no começo de 2015, a Anfavea deve negociar as relações comerciais com o Uruguai. As iniciativas fazem parte de uma série de “missões” previstas pela entidade para negociar acordos junto a países com potencial de consumir carros brasileiros e, com isso, reduzir a dependência à Argentina, destino de quatro em cada cinco veículos exportados no Brasil.