Airship confirma fábrica de dirigíveis em São Carlos

Projeto terá investimento de R$ 200 milhões, gerando 270 empregos diretos e pode revolucionar o transporte de cargas no Brasil.

A prefeitura de São Carlos assinou, na manhã da última sexta-feira (19), um memorando de entendimento com a Airship do Brasil, sociedade entre os Grupos Grupos Engevix e Transportes Bertolini, para a produção de dirigíveis de carga no município.

O projeto, que tem o apoio da Investe São Paulo – agência de promoção de investimentos ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação – consiste na instalação de uma unidade fabril de 20 mil metros quadrados, que deverá gerar 270 empregos diretos, com investimento de cerca de R$ 200 milhões. A planta, que será edificada em um terreno de 49 hectares às margens da Rodovia Washington Luiz (SP-310), fabricará dirigíveis e outras soluções utilizando tecnologias mais leves que o ar (lighter than air - LTA).

 As aeronaves serão capazes de voar em uma altitude de 150 metros a uma velocidade de 120 quilômetros por hora, transportando, inclusive, grandes peças, como parte de torres de alta tensão. A inauguração da unidade está prevista para 2016. O projeto é assessorado pela Investe São Paulo desde setembro de 2013. “Temos apoiado a empresa na obtenção de licenças ambientais e em questões tributárias, além de ter intermediado o pedido de financiamento ao BNDES que será concedido via Desenvolve São Paulo, a agência de fomento do Governo do Estado”, disse o presidente da Investe SP, Luciano Almeida.

“Sabemos da importância desse projeto para o aprimoramento da logística no Estado de São Paulo e da qualidade dos empregos que serão gerados. É por isso que todos os investimentos ligados ao setor aeroespacial são atendidos com prioridade por nossa equipe”, completou Almeida.

Participaram do evento, além de Guy Rocha, gerente administrativo da Airship, e Paulo Altomani, prefeito de São Carlos, e Alexandre Marx, gerente de Projetos da Investe São Paulo, além de diversos secretários e autoridades municipais.   “São Carlos tem capacidade de gerar mão de obra especializada que será essencial para o sucesso de nosso projeto, que depende principalmente da multiplicidade de áreas de Engenharia existentes nos Centros de Ensino Superior da Cidade. Será um orgulho contribuir para o desenvolvimento da cidade”, destacou o gerente geral da Airship, Guy Rocha. 


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As obras para a construção da fábrica começam em outubro de 2014 e a previsão é que as operações se iniciem até o segundo semestre de 2016. Os primeiros pedidos de dirigíveis já foram feitos pela Eletronorte, que receberá os produtos em 2016. Eles serão usados para transporte de passageiros, equipamentos e torres de energia a áreas remotas da Amazônia.

A Airship irá produzir diversos tipos de dirigíves e aerostatos em São Carlos, que poderão ser  entregues, principalmente, a empresas de logística e transporte espalhadas em todo o País. A empresa conseguiu empréstimo de R$ 102,7 milhões do BNDES para o desenvolvimento dos veículos.

Os dirigíveis são equipamentos que se adaptam ao transporte de grandes volumes e são ideais para a penetração em locais de difícil acesso, como plataformas do pré-sal ou áreas isoladas. Além disso, o produto pode ser utilizado como antenas móveis ou para otimizar a transmissão de informações.

O produto é abastecido com gás hélio não inflamável para a flutuação e diesel em quatro motores. Com os dirigíveis, uma viagem entre Manaus e Goiânia levaria 26 horas; enquanto o trajeto de caminhão pode demorar oito dias.

Os primeiros modelos produzidos poderão carregar até 54 toneladas em contêineres, o equivalente a dois caminhões, mas a ideia é que no futuro esse volume possa chegar a 500 toneladas.

A tripulação contará com quatro pessoas e a autonomia de voo pode variar de dois a seis meses sem reabastecimento. O material utilizado para o veículo é a fibra de carbono, o que o torna 80% mais leve que os dirigíveis que voavam durante a década de 1930.