Setor de implementos rodoviários acumula queda de 10,6%

Entre janeiro e agosto foram vendidas 103,9 mil unidades.

O setor de implementos rodoviários sente os efeitos da desaceleração da economia. Esta é a opinião de Alcides Braga, presidente da Anfir, associação que representa os fabricantes do setor. Dados da entidade mostram que as vendas diminuíram 10,6% entre janeiro e agosto, para 103,9 mil unidades. A linha pesada, de reboques e semirreboques, sofreu o maior tombo no período, de 16,4%, para 37,7 mil equipamentos. Os negócios da linha leve, de implementos sobre carrocerias, caíram menos, 7%, para 66,1 mil implementos. 

Em comunicado distribuído pela Anfir, Braga lembra que o país entrou em recessão técnica, que é a retração do PIB por mais de dois trimestres consecutivos, e enfatizou que o movimento tem forte impacto sobre o setor. Outro fator preocupante apontado pelo executivo é a produção industrial, que apresentou crescimento tímido de 0,7% em julho sobre junho após cinco meses de queda. 

O dirigente da entidade aposta em alguns fatores que podem reduzir o impacto negativo do cenário atual. O primeiro deles é a entrada dos implementos rodoviários no programa Mais Alimentos, que oferece condições acessíveis de crédito para pequenos produtores rurais. Outra medida importante foi a mudança na regra do Finame PSI, que agora financiará 100% do valor do bem – até então o porcentual máximo de crédito era 90% – com juros anuais mantidos em 6%. 

Na análise da entidade as medidas, apesar de bem-vindas, mas não serão capazes de reverter o resultado negativo e este ano deve terminar com retração nas vendas na comparação com 2013. Braga defende que a aprovação de uma política de renovação de frota seria capaz de dar impulso efetivo ao segmento, mas ele reconhece que um programa do gênero precisa de mais tempo para ser formulado e não sairá este ano.