A produção mensal em maio foi a maior da história da indústria automobilística brasileira, com 348,1 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus. No ano, já saíram das fábricas 1,536 milhão de unidades, volume também recorde para esse período e 18,6% maior que o verificado entre janeiro e maio de 2012.
Além do mercado interno, que cresceu 8,6% no acumulado de 2013, a produção foi sustentada pela queda nas importaçôes, de 6,2%, e pela alta nas exportações, de 13,4%. Há um ano, carros feitos fora do País representavam 23,6% das vendas domésticas, participação que atualmente está em 20,4%.
"Significa que o produto nacional ampliou sua participação nas vendas em 3,2 pontos percentuais, o equivalente a 47 mil veículos a mais", diz o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. "O setor vem respondendo de maneira extremamente positiva ao programa Inovar-Auto."
O programa, lançado pelo governo federal no fim de 2012, incentiva a produção local e pune as importações com taxa extra de 30 pontos porcentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Para o ano todo, a Anfavea projeta crescimento de 4,5% na produção, algo próximo a 3,5 milhões de veículos. Para as vendas, a expectativa é de alta de 3,5% a 4,5%, fechando entre 3,9 milhões e 4 milhões de unidades. As duas projeções, contudo, podem ser revistas nos próximos dois a três meses.
A queda no ritmo é explicada pela base de comparação. Na primeira metade do ano passado, os negócios estavam fracos e só melhoraram a partir de junho, após a redução do IPI.
O segundo semestre foi mais forte em vendas e produção. Portanto, a base comparativa daqui para a frente será mais apertada. Para este mês, a indústria projeta vendas de cerca de 320 mil veículos.
O setor automobilístico, junto com as autopeças, responde por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial. Com a projeção de alta, a Anfavea aposta num crescimento de 3% na economia brasileira neste ano, acima do projetado por vários analistas.
Além da produção de veículos, Moan afirma que há expectativas de crescimento na produção de outros segmentos no segundo semestre, como aço e petróleo.
Empregos. Com a alta da produção, as montadoras abriram 542 novos postos de trabalho no mês passado e empregam atualmente 153,7 mil funcionários, número muito próximo ao do recorde da indústria, de 153,9 mil pessoas em 1980.
Em um ano, o quadro de pessoal das montadoras aumentou em 8,7 mil trabalhadores.
Fábricas e concessionárias encerraram maio com 382 mil veículos em estoque nos pátios, o equivalente a 36 dias de vendas. No mês anterior, o estoque estava em 365,8 mil unidades, ou 33 dias de vendas. Apesar de elevado - o mercado considera normal de 25 a 30 dias -, Moan diz que o estoque "está dentro da normalidade e do grau de sazonalidade do setor".
Por Cleide Silva/ O Estado de S. Paulo