Indústria reduz uso da capacidade, mas faturamento cresce em março

Indústria reduz uso da capacidade, mas faturamento cresce em março.

 

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira caiu de 82,5% para 82,2% entre fevereiro e março, com ajuste sazonal. Os números são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com março de 2012, o indicador ficou quase estável.
 
A pesquisa também mostrou que o faturamento real da indústria aumentou 3,6% entre fevereiro e março, feitos os ajustes sazonais, e cresceu 0,2% na comparação com março de 2012.
 
Para o gerente-executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, a recuperação lenta e gradual pela qual passa o setor industrial deve ficar mais difícil com o aumento da taxa de juros. "É mais uma dificuldade para a indústria manter essa recuperação, que é gradual e lenta, com dificuldades no mercado doméstico e no externo", disse.
 
Uma retomada da atividade industrial depende do aumento da competitividade diante da forte entrada de bens importados, uma tarefa que não é ajudada pela elevação dos juros. Fonseca reforçou que não só mercadorias finais estrangeiras estão "invadindo" o mercado, mas também insumos usados na produção nacional.
 
Os indicadores de mercado de trabalho da indústria mostram que o emprego, com ajuste sazonal, avançou 0,2% em março, na comparação com o mês anterior, e subiu 0,5% ante março de 2012. A massa salarial real teve desempenho positivo no mês, com alta de 0,8% ante fevereiro. O dado é deflacionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e dessazonalizado. Em comparação com março de 2012, o indicador avançou 1,5%. Já o rendimento médio real em março de 2013, com ajuste sazonal, ficou estável em relação a fevereiro e aumentou 1,0% na comparação com março de 2012.
 
Dos 21 setores pesquisados pela CNI, 11 segmentos registraram queda no nível de uso da capacidade instalada entre março deste ano e igual mês de 2012 na série sem ajuste sazonal. Dez ramos da indústria apresentaram alta no indicador, o que representa redução da ociosidade no período.
 
Por Thiago Resende e Lucas Marchesini/ Valor Econômico

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