Inovar ou planejar?

Inovar ou planejar?

A inovação carrega consigo um conceito enraizado de criatividade e liberdade de desenvolvimento. Muitos acreditam que, para que haja um ambiente inovador, há que se abrir mão de ordem e controle, em prol da livre expressão. No entanto, apesar da necessidade de um ambiente mais aberto, um negócio inovador também tem suas responsabilidades periódicas perante os seus clientes, fornecedores, colaboradores e investidores. Assim, como conciliar as responsabilidades do dia-a-dia com a necessidade de liberdade em uma organização inovadora?

Em 1933, a Toyota, até então uma indústria de máquina de teares, inaugurou a sua divisão de veículos. Apenas cinco anos depois, a empresa japonesa já produzia seus produtos de acordo com a sua filosofia: produzir apenas o que era estritamente necessário, observando o momento adequado e as quantidades certas.
 
Sob a bandeira do Sistema Toyota de Produção, a organização se desenvolveu rapidamente, apresentando resultados extraordinários para a época. Mas foi a partir de sua primeira fábrica
fora do Japão que o negócio começou a apresentar os maiores êxitos. O local escolhido? O Brasil.
 
Nas décadas de 60, 70 e 80, inovando em design, tecnologia e marketing, a empresa introduziu no mercado internacional, modelos que se tornariam líderes de vendas. A potente Hilux, o luxuoso Camry, o esportivo RAV4, o tradicional Corolla e o popular Prius, cada um focando em um público específico, foram os maiores expoentes da expansão da Toyota.
 
A motivação para a exploração de novos mercados era muito clara em seu planejamento: se tornar a maior montadora de automóveis do mundo. Então, em 2007, destronando a gigante
norte-americana General Motors, a Toyota se torna a maior empresa automobilística do mundo. O fato curioso foi que, de acordo com o seu planejamento estratégico, a tomada da liderança, em posse da General Motors desde 1934, estava prevista para ocorrer somente no ano seguinte, em 2008.
 
A Toyota sustenta a sua história de sucesso sobre três grandes pilares: a eficiência de seus processos, a inovação de suas soluções e o foco estratégico de seu negócio. Toda a inovação desenvolvida pela empresa sempre teve um foco definido e um objetivo associado. Obviamente, existiram casos de insucesso ao longo de sua história, no entanto, em virtude de seu criterioso planejamento, a empresa soube contorná-los, rumo à liderança de mercado. 
 
Para inovar, certa liberdade de desenvolvimento é oportuna, mas a mesma deve estar sempre alinhada às estratégias do negócio. Do contrário, corre-se o risco de nunca se perceber os benefícios associados a uma cultura de inovação.